Quando carlos magno morreu, o Sacro Império Romano divide-se entre seus três herdeiros. Pelo tratado de Verdun, firmado em 843, a região que se estende dos Alpes ao mar do Norte cabe a Lotário, a Germânia a Luis e a Francônia a Carlos.
A Europa atravessa uma fase difícil:como invasões diversas assolam seu território em todas as direções. Os exércitos reais não conseguem deter os árabes, que, no século IX, atacaram Roma e Campânia (na Itália) e Marselha e Arles (na França atual). Pelo Norte atacam os normandos, apoderando-se das costas setentrionais da França, de parte da península Ibérica e da Inglaterra. No século X, incursões húngaras atingem a Lombardia, parte da França e Roma. Tudo contribuía para a decomposição das instituições monárquicas.
O poder real, diminuído em sua autoridade, vai sendo substituído pelo poder dos nobres castelões: o castelo feudal era a única fortaleza que oferecia alguma resistência aos invasores, e as populações atemorizadas se organizavam em torno dele. Essa instabilidade colabora para a propagação da crença de que o mundo acabaria no ano 1000. Os homens vivem aterrorizados com a perspectiva do juízo final pregado pela Igreja: temem o caos. A arte reflete o apocalipse, as pinturas murais apavorantes retratam o pânico que invade a Europa ocidental.
Começou o ano 1001 e o mundo não acabou. Oto I, que reunificara a Germânia e fora coroado, pelo Papa João XII, imperador do Sacro Império Romano-Germânico (962), consegue dominar os húngaros e eslavos e expandir suas conquistas para o Norte.Ressurgem as atividades comerciais antes freadas pelas invasões, e o aumento demográfico é seguido pelo aumento de áreas cultivadas.
A Igreja fortalece seu poder temporal aumentando as extensões de terra que dominava até então: chega a possuir um terço de todo o território francês. Crescem as ordens monásticas, e a mais importante, a ordem de Cluny, fundada em 910, na Borgonha (França atual), vai estendendo sua autoridade a ponto de congregar, no início do século XII, 10 mil monges em 1.450 mosteiros espalhados por toda a Europa. A ordem cisterciense, por sua vez, conta com 530 mosteiros sob seu controle. A Igreja é a maior instituição desta época: ela domina, secular e culturalmente, o espírito medieval.
Nos anos que se seguiram ao ano 1000, viram-se reconstruir igrejas em quase toda a Europa cristã. Mesmo quando isso não era necessário, cada comunidade cristã concorria em emulação para edificar santuários mais suntuosos que sua vizinha. A febre de construção que invadiu a Europa reflete o espírito da época, e o estilo românico, que caracterizou as artes desde o fim do século X até meados do século XII, sintetiza em seus traços a histórica desse período.
Abadia de MurbachAlsácia, Francá
Basílica da BorgonhaBorgonha, França
Catedral de RoskildeSjaelland, dinamarca
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